Mossul. Iraquianos aproximam-se da mesquita onde o Estado Islâmico proclamou o califado

Forças aproximam-se da mesquita onde Abu Bakr al-Baghdadi surgiu pela primeira e única vez às câmaras.

Mossul. Iraquianos aproximam-se da mesquita onde o Estado Islâmico proclamou o califado

As forças especiais antiterroristas iraquianas aproximavam-se esta quarta-feira pela primeira vez da Mesquita de al-Nuri, na parte ocidental de Mossul, onde Abu Bakr al-Baghdadi, o autoproclamado califa do grupo Estado Islâmico, surgiu pela primeira e única ocasião em público, anunciando a formação de um califado na Síria e Iraque, há já quase três anos.

A batalha pela segunda cidade iraquiana trava-se por estes dias na sua zona mais antiga, rua-a-rua. O cerco que se aperta à mesquita significa que os combatentes jihadistas, profundamente entrincheirados e dispostos a detonar-se mesmo nas zonas mais densamente populadas, estão a ceder terreno, embora os combates continuem difíceis e dos mais mortíferos travados contra o grupo.

A parte antiga de Mossul, aliás, esteve interdita aos militares iraquianos até terça-feira, dia em que começaram a entrar lá as primeiras equipas especiais, uma vez conquistados alguns marcos cruciais, como o bairro de Qadheeb al-Ban e o estádio al-Malab. Os correspondentes da Reuters indicam que  os avanços do exército iraquiano são sustentado nos  ares por helicópteros, contra vagas de rockets lançados pelos combatentes do grupo radical.

O rasto de baixas civis aumenta com o avançar da batalha por Mossul, onde há ainda milhares de residentes na linha de fogo. A cidade velha é também a área mais densamente habitada, o que faz antever pesados danos colaterais. Se, por um lado, o Estado Islâmico detona no terreno grandes bombas suicidas de forma indiscriminada, os ataques aéreos da coligação liderada pelos Estados Unidos parecem também causar estragos volumosos.

Na terça-feira, o comandante norte-americano no Iraque reconheceu que a sua aviação “provavelmente teve alguma responsabilidade” pela explosão que matou mais de 200 civis a 17 de março, embora não seja ainda claro se o edifício que ruiu sobre dezenas de famílias caiu com uma bomba largada dos ares ou com a detonação de um camião bomba do Estado Islâmico.