"É um assunto que tem de vir ao Parlamento e o Governo tem de ser confrontado com as alternativas", afirma Mariana Mortágua, que continua a defender a nacionalização do Novo Banco e que diz que está por explicar por que é que essa nacionalização seria mais cara para os contribuintes do que o negócio fechado com a Lone Star.
Mortágua diz que António Costa apresentou a solução "criando a ilusão de que a dívida é da banca", quando na verdade caberá ao Estado emprestar ao Fundo de Resolução o capital que venha a ser necessário para cobrir as necessidades do Novo Banco.
"O Estado está a garantir quatro mil milhões", acusa a deputada bloquista, adminindo que Costa não foge à verdade quando diz que a operação não terá impacto nas contas públicas este ano. Mas frisa que a fatura acabará por vir parar aos contribuintes.
"Cá estaremos daqui a cinco anos para pagar mais uma dívida", afirma Mariana Mortágua, sublinhando que a matéria não faz parte dos acordos políticos que sustentam o Governo, pelo que o BE se reserva o direito de discordar e de usar "todos os mecanismos legais e regimentais" ao seu alcance para contestar uma liquidação que consideram um mau negócio.
Mariana Mortágua diz que o BE não esconde que a solução de nacionalização que defende teria custos para os contribuintes, mas vinca que essa operação teria a vantangem de manter no Estado o controlo daquele que ainda é um dos maiores bancos nacionais.
Com esta venda à Lone Star, a deputada do BE acredita que os contribuintes terão de pagar, através dos empréstimos que serão concedidos ao Fundo de Resolução, mas o Estado ficará afastado das decisões de gestão do Novo Banco.
De resto, em relação aos ativos maus, Mortágua explica que não fica claro que o Fundo de Resolução fique com a sua gestão, mas apenas que há "cláusulas de salvaguarda" que "duram alguns anos" e que depois disso a gestão poderá ser feita pela Lone Star.
Depois de ouvir António Costa a dizer que nacionalização custaria entre quatro mil a 4,7 mil milhões de euros ao Estado, Mariana Mortágua desafia o primeiro-ministro a explicar "por que é que a alienação é tão mais barata do que a nacionalização", uma vez que a prazo o Estado terá de garantir precisamente quatro mil milhões de euros através do Fundo de Resolução.