Viver em Lisboa está cada mais longe do alcance de todos os bolsos. Segundo revelou ontem o Dinheiro Vivo que cita o último estudo da consultora imobiliária CBRE, o valor das rendas subiu 23% no ano passado. Atualmente, arrendar uma casa em Lisboa custa, em média, 830 euros. Se falarmos de arrendar casas novas, o valor dispara para os 1070 euros mensais.
A zona mais cara para arrendar casa é o Parque das Nações, em que um arrendamento ronda os 1080 euros. Seguem-se as Avenidas Novas, em que os inquilinos pagam, em média, 998 euros mensais. “À semelhança do verificado no ano anterior, o número de apartamentos de dimensões reduzidas, isto é, estúdios, T1 ou T2, continua a representar 65% da atual oferta em comercialização, confirmando o claro posicionamento para o investimento no mercado de arrendamento de curta duração, resultante do boom turístico a que se tem assistido na cidade”, sublinhou Francisco Sottomayor, Diretor de Promoção da CBRE, citado pelo Dinheiro Vivo.
A gentrificação torna as rendas cada vez menos acessíveis, e grande parte dos edifícios a ser atualmente reabilitados também não serão, devido aos preços, certamente adquiridos por portugueses. O mesmo estudo revela que há 180 edifícios em construção na cidade. Estes projetos tratam-se, maioritariamente, de projetos de reabilitação. A zona da Baixa e do Castelo é o maior ‘estaleiro de obras’, com 40 empreitadas em curso.
Estas zonas, a par do Chiado, Bairro Alto, São Paulo, Avenida da Liberdade e Príncipe Real – onde a construção de edifícios também vai de vento em popa – têm os preços de comercialização mais altos. No Chiado o preço médio do metro quadrado é de 6700 euros. Quem quiser comprar casa na Avenida da Liberdade ou no Príncipe Real prepara-se para pagar 6620 euros por metro quadrado, revela o mesmo estudo.