Pedro Passo Coelho não tem dúvidas: o PSD vai apresentar–se às eleições autárquicas de 1 de outubro com um único propósito: ganhar.
“Poderia, em alguma circunstância, um partido da nossa dimensão dizer que joga para ficar em segundo lugar? O PSD, sempre que se candidata, candidata-se para ser o primeiro partido”, assegurou o ex-primeiro-ministro durante a apresentação das 14 candidaturas autárquicas dos sociais-democratas ao distrito da Guarda.
Para isso, prosseguiu, “o PSD apresenta-se às eleições de 2017 com o propósito de ter o maior número de mandatos quer em câmaras municipais, quer em termos de juntas de freguesia”.
Acentuou ainda que o PSD será o partido que estará “mais próximo” de completar todo o processo de escolhas em termos nacionais e, assegurou, “escolheu bons candidatos”.
Passos fez questão de lembrar que o partido aceita “sempre os resultados das eleições”, mas as escolhas de quem dirige são sempre feitas “a pensar na melhor candidatura”.
“Partimos, portanto, para estas eleições com o espírito de quem, com combatividade, vai disputar as eleições para as ganhar. É isso que se espera de um grande partido”, afirmou.
Ex-primeiro-ministro pede esclarecimentos ao governo O antigo governante aproveitou também para dizer que convidou o Fundo de Resolução e o governo “a esclarecerem porque é que só conseguiram vender 75%” do Novo Banco.
“[Esperava-se] que, ao fim deste período, o que tivesse sido anunciado era a venda do Novo Banco”, disse ao falar pela primeira vez sobre o anúncio da venda daquela instituição bancária ao fundo norte-americano Lone Star, feito sexta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa.
Passos quer saber, entre outras coisas, as razões que levaram a que não fosse possível ao Fundo de Resolução e ao governo “cumprirem a missão que se esperava ser cumprida: a de venda do banco”.
Para o antigo primeiro-ministro, “a venda podia envolver garantias, podia envolver da parte do Fundo de Resolução contingências várias que pudessem ter de ser acauteladas, podia haver perdas do próprio Fundo de Resolução se não se conseguisse vender o banco pelo valor do capital que lá foi injetado”.
E prosseguiu: “Tudo isso eram contingências que podiam acontecer, que nós esperaríamos que fossem minimizadas pelo Fundo de Resolução e pelo governo.”
No entender do líder do maior partido da oposição, aquilo que se esperava que acontecesse “era, pelo menos, a venda na totalidade do Novo Banco”.
“Portanto, o que se deveria estar a discutir hoje eram os termos da venda. Afinal, estamos a discutir a venda parcial. E a venda parcial pressupõe que do Fundo de Resolução remanesçam responsabilidades para futuro que podem ou não trazer custos para os contribuintes e o governo é pouco claro a discutir estas matérias. Mas nós iremos discuti-las, evidentemente, quer no parlamento quer fora dele”, assegurou.