Não, não há ironia ou confusão nas palavras da líder centrista e também candidata.
Para Cristas, a questão é simples: “Enquanto Fernando Medina não se assumir como candidato pode sempre invocar a pele e as vestes de presidente da Câmara de Lisboa para fazer propaganda, muitas vezes paga por todos os lisboetas”.
Por isso, Cristas quer que o autarca que herdou do atual primeiro-ministro a tarefa de concluir este quadriénio à frente do maior município do país “assuma e venha a jogo já como candidato”. Isso “é bom para a qualidade da democracia” nacional, disse.
Assunção Cristas acusou ainda Medina de dar prioridade a obras destinadas a maquilhar a realidade da cidade, em contraponto com aquilo que a candidata tem observado nos bairros sociais da capital.
“É impossível ele [Fernando Medina] ir àqueles bairros [sociais] e ter como prioridade as obras de ‘botox’”, atirou. Cristas elevou a fasquia do CDS-PP para a capital – “a ambição máxima” é vencer as eleições –, esclarecendo, contudo, que a candidatura parte com “os pés assentes na terra”.
Reconheceu, por isso, que o partido vai a votos, tendo como referência os resultados alcançados nas “últimas vezes em que o CDS foi sozinho” às eleições na capital, com Paulo Portas e Maria José Nogueira Pinto: entre 6 e 7%. “É a partir desse enquadramento que estamos a trabalhar”, assegurou.
A candidata indicou ainda que já se trabalha no programa eleitoral que vai ser apresentado aos eleitores lisboetas.
Lembrou que o documento só ficará finalizado no final do ciclo de encontros “Ouvir Lisboa”, coordenado pelo mandatário da candidatura Carmona Rodrigues, antigo presidente do município eleito pelo PSD em 2005.
Até ao momento decorreram já sete conferências, faltando mais oito, até ao final do próximo mês de Junho.
Cristas esclareceu que desde o anúncio da candidatura já participou em mais de uma centena de reuniões ou encontros de trabalho. Fernando Medina, pelo PS, Teresa Leal Coelho, pelo PSD, João Ferreira, pelo PCP e Ricardo Robles, BE são alguns dos candidatos que Assunção Cristas vai defrontar nas autárquicas deste ano.
Nas eleições de 1 de Outubro vão ser eleitos cerca de 45 mil autarcas, repartidos entre 308 câmaras, 308 assembleias municipais e 3091 freguesias. A campanha eleitoral decorre oficialmente entre 18 e 29 de Setembro.