"É surpreendente", comenta ao i a deputada bloquista Mariana Mortágua sobre o artigo de opinião da comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, que revela no Público de hoje que António Costa "nunca apresentou planos para nacionalizar o Novo Banco" nos seus contactos com a Comissão Europeia.
Mariana Mortágua considera que o artigo de Vestager acaba por ser a demonstração de que "a hipótese de nacionalização, que é aquela que no entender do BE melhor defende os interesses do sistema bancário e dos contribuintes, nunca foi entendida nem levada a sério como devia ter sido".
"Isto só vem adensar aquelas que são as nossas certezas em relação a todo este processo", comenta a deputada, frisando que o BE continuar a acreditar que a nacionalização permanente é melhor solução para o Novo Banco.
Mudança de atitude do Governo
Ainda este sábado, em declarações ao SOL, o bloquista José Soeiro lamentava que o Governo não tivesse negociado com o BE a solução para o Novo Banco, limitando-se a apresentar o acordo feito com a Lone Star.
José Soeiro via mesmo nesse dado uma "mudança de atitude" do Executivo de António Costa que até aí tinha procurado negociar com os bloquistas os principais dossiês.
No texto publicado hoje no Público, a comissária europeia diz claramente que a "nacionalização permanente" não foi explorada como hipótese nas conversas com Bruxelas, apesar de ser a solução defendida pelos dois parceiros do Governo no Parlamento, BE e PCP.
Vestager não esclarece, contudo, se a solução de nacionalização temportária – que foi mesmo defendida publicamente por socialistas como Carlos César e João Galamba e por comentadores sociais-democratas e banqueiros – chegou a ser equacionada.