Governo espanhol responde que não tem plano contra zombies…

Não foi comédia nem dia das mentiras. Um senador espanhol colocou a pergunta ao governo por escrito: em caso de invasão de zombies, há plano?

“Que plano tem o governo perante a possibilidade de um apocalipse de zombies?”, foi a pergunta que o senador valenciano Carles Mulet colocou ao governo espanhol por escrito.

Depois desta passar pela secretaria senatorial, o governo respondeu.

“O dicionário de língua espanhola da Real Academia reconhece duas possibilidades para a palavra “apocalipse”. Em relação à primeira, ‘fim do mundo’, o governo informa vossa excelência que não dispõe de planos específicos para a dita eventualidade, entre outros motivos, porque pouco se poderá fazer quando chegar o momento”. 

Sobre a possibilidade de o referido apocalipse na pergunta parlamentar ser de “caráter zombie”, recorreu-se novamente ao dicionário de língua espanhola da Real Academia, que, “como no caso anterior, também reconhece dois significados ao vocábulo citado”.

A resposta do governo espanhol liderado por Mariano Rajoy continuava em tom irónico.

“Em relação ao primeiro dos possíveis significados [para a palavra zombie], ‘pessoa que se supõe morta e reanimada por artes de bruxaria com o fim de dominar a sua vontade’, o governo, perante a possibilidade enunciada por vossa excelência [o senador Carles Mulet], de que um hipotético apocalipse seja protagonizado por este tipo de seres, não adotou nenhum plano específico, dada a duvidosa probabilidade de que se produza semelhante circunstância”.

Sobre o outro significado constante do dicionário utilizado, “aturdido, que se comporta como um autómato”, o executivo de Madrid informou que “Espanha e as suas administrações públicas dispõem de diversas linhas de ação, apesar de o governo duvidar de que quem se possa encontrar nas circunstâncias descritas nessa definição, por muitos que sejam, cheguem a protagonizar uma situação de apocalipse como a que interessou vossa excelência”.

A ironia contra a ironia

A resposta do governo à pergunta reveste, evidentemente, um tom de sátira que visa corresponder ao do senador. 

É que a questão de Carles Mulet, sobre “que plano tem o governo perante a possibilidade de um apocalipse de zombies”, pretendia protestar contra “os impedimentos constantes do governo” ao “escrutínio parlamentar”. As respostas do governo a perguntas do senado, escreveu Mulet, “não contêm nenhum tipo de informação”.

“Como é que respondem a mais de 500 perguntas concretas com uma só resposta genérica?”, inquire o senador, que acusa o governo de “evitar dar dados”.

“Respondem vagamente e com nada a ver com o que foi perguntado”, criticou ainda Carles Mulet.

Depois de tamanha utilização de um dicionário, o político não poderá acusar a resposta de ser vaga. Pelo menos, no que disser respeito ao apocalipse de zombies.