"Ao Governo português, nós os Verdes, o que exigimos é que governe para as pessoas, para o desenvolvimento do país e que não esbarre na obsessão dos números, encolhidos, para Bruxelas. Essa é uma condição para a estabilidade do país", avisou a líder do PEV no discurso na sessão solene do 25 de Abril.
Heloísa Apolónia diz que o que tem vindo de Bruxelas se traduz em distanciamento do povo e dos valores de Abril.
"Esta União Europeia que conhecemos tem-se constituído um sério obstáculo a esse objetivo. Forma-se em torno de elites, serve os interesses dos poderosos, distancia-se dos povos, ignora as suas necessidades, exige metas incompreensíveis", frisa a deputada, que aproveitou mesmo o discurso para identificar a anterior legislatura como um momento de recuo.
"Na legislatura passada e com o anterior Governo alguém ousará afirmar que o aumento de horas de trabalho, o fim de feriados, a fragilização de serviços públicos, a fúria de entrega de setores fundamentais aos privados, os cortes nas pensões contributivas e nos apoios sociais, os cortes nos salários ou o aumento brutal de impostos foram avanços que se deram? Não. Foram recuos que geraram pobreza e ameaçaram seriamente os nossos níveis de desenvolvimento", vincou a líder do PEV, provocando reações nas bancadas da direita.
"Ter pressa de cumprir Abril é ter sede de garantir direitos e níveis dignos e verdadeiros de bem-estar e de felicidade para um povo inteiro. Não apenas para alguns, mas para um povo inteiro", sublinhou Heloísa Apolónia, que lembrou a António Costa que há sempre alternativa à receita que vem da Europa.
"Não há inevitabilidades, mas sim opções, escolhas", frisou.