Durante a Comissão de Orçamento e Finanças, Paulo Trigo Pereira senta-se ao lado de Mário Centeno e, a dada altura, aconselha o ministro a ignorar o deputado do PSD António Leitão Amaro.
A cena fica registada e Duarte Marques e Sérgio Azevedo acusam Trigo Pereira de estar a dar indicações a um ministro para não responder a um deputado.
Paulo Trigo Pereira reagiu, contudo, com uma explicação que contextualiza a cena.
"O deputado Duarte Marques não pertence à COFMA e porventura não saberá que quem estava a inquirir o Ministro não era o PSD e portanto não era o Deputado Leitao Amaro. O Ministro não tem obrigação nenhuma de responder a apartes venham eles donde vierem. E na minha modesta opinião na qualidade de Presidente esta foi, é e será sempre a minha posição, que aliás já o referi em público em Comissão em diálogo noutra sessão da COFMa com Duarte Pacheco e Leitao Amaro", justificou Trigo Pereira.
O deputado do PS explica, aliás, que o regimento não obriga os membros do Governo a responder a apartes.
"Sim era um aparte, e deveria saber que era. Estava a informar que não deve responder a apartes. Como saberá se ler atentamente o regimento da assembleia da república não consta nas alíneas que tipificam o uso da palavra pelos membros do governo, a resposta a apartes", escreveu Trigo Pereira ao comentário de Duarte Marques, acusando-o de demagogia.
"Se se refere a uma resposta a um aparte é obviamente menos grave. Mas se coloca a mão à frente da boca é porque queria esconder algo. Mas nao deixa de ser estranho que um Presidente da comissao dê "conselhos" nesse tom a um membro do governo. Mas grave mesmo é o facto de o Ministro, tal como o Primeiro Ministro, não responder nem a essa nem a outras questões", respondeu Duarte Marques, que tinha exigido no post inicial a intervenção de Ferro Rodrigues.
"A culpa disto não é de Paulo Trigo Pereira, este limita-se a seguir o exemplo que vê no Primeiro-Ministro António Costa. É nestas coisas que se exige uma palavra do Presidente da Republica já que o presidente da Assembleia da República ainda não teve a decência de o fazer. Se fosse o Gama… Falam muito dos valores de abril, de cravo na lapela e mão no peito, mas depois é o próprio Presidente da Comissão que diz ao "escrutinado" para não responder. A separação de poderes também é um valor de abril. O Governo não tem medo do Leitão Amaro, teme é que se saiba a verdade. #aindafalamdoErdogan", começou por escrever.
"Na manhã do dia seguinte ao 25 de abril, depois das proclamações em nome das mais diversas liberdades e da exaltação bacoca de uma tutela imaginária da democracia, os arautos desta modernidade voltam a fazer das suas. À tarde foi a vez do Primeiro Ministro. Hoje vão em romaria para o forte de Peniche fazer um número para os ursos acreditarem que são uns democratas. São os novos "Rei-Sol" do regime. O Estado são eles e tudo é deles, para eles e para os seus interesses. A malta vai rindo e desvalorizando. Se fosse a "direita" era o fim da macacada. Como são os "nossos donos" não há problema nenhum", escreveu também Sérgio Azevedo, ao partilhar as imagens da AR TV.