Ilda Figueiredo, candidata da CDU à Câmara do Porto, viu na rutura entre Rui Moreira e Manuel Pizarro um “arrufo de namorados”. Mas a entrada de mais um candidato na corrida autárquica vem mudar as contas na Invicta e todos esperam poder capitalizar com o desentendimento que fez Moreira descartar o apoio do PS.
“A minha candidatura à Câmara do Porto ganha hoje uma acrescida responsabilidade na mobilização da vontade e do apoio dos socialistas e de outras mulheres e homens de esquerda para, todos juntos, construirmos uma candidatura capaz de vencer as políticas de direita e de apresentar à cidade uma proposta alternativa”, reagia no sábado o bloquista João Semedo, que considera que Pizarro está limitado por ter sido o número dois de Moreira. “Este tão prolongado, extenso e profundo compromisso de Manuel Pizarro com as políticas de Rui Moreira não lhe permite agora protagonizar com credibilidade uma alternativa a essa política”, defendeu Semedo.
Álvaro Almeida, independente que corre pelo PSD, também entende que a situação fragiliza tanto Moreira como o PS. “Este é um triste espetáculo que as duas partes montaram”, analisou, à espera de ver se o socialista sairá ou não da vereação para fazer campanha. “Ou continuam todos amigos e tudo isto é uma tática eleitoral ou, se de facto há divergências, isso reflete-se na gestão da câmara”, defendia Almeida.
Ilda Figueiredo acha mesmo que “é natural que, até ao fim do mandato e com o aproximar das eleições, estas situações se repitam”, dada a “insatisfação” que existe nas bases de quem apoia o independente Rui Moreira. Mas no CDS assegura-se que nada está em causa e Assunção Cristas veio reafirmar que Moreira “é a melhor solução” para o Porto.