Os ‘Pedros’ na oposição a Pedro

Pedro Rodrigues e Pedro Duarte estão a fazer caminho a pensar num ciclo que ainda pode demorar anos a chegar.

Se Rui Rio é o único que deve apresentar-se nas diretas para disputar a liderança a Pedro Passos Coelho, há dois ‘Pedros’ sem os quais não se deverá escrever o futuro do PSD. Pedro Rodrigues e Pedro Duarte são as grandes apostas da geração mais nova de sociais-democratas e estão a fazer o seu caminho.

Pedro Rodrigues constituiu o movimento ‘Portugal não pode esperar’ e tem agenda cheia. Depois de ter estado em Évora, vai organizar uma conferência em Lisboa nos dia 27 de maio. A discussão vai andar à volta da competitividade e inovação, dos novos paradigmas de gestão para as cidades e das indústrias criativas. E a ideia é a de falar de políticas em vez de pessoas, como será também nos encontros planeados para junho em Coimbra e Portalegre.

Mas Pedro Rodrigues não se livra de ser visto como alguém que se posiciona para uma futura liderança, mesmo que para um ciclo que ainda vem longe.

O próprio não descarta que o seu movimento tem um propósito. «Não somos uma tertúlia de amigos nem um think tank», assume ao SOL, admitindo que este trabalho «terá consequências» e que se pode traduzir na apresentação de uma moção ou de uma lista ao próximo Congresso.

Pedro Duarte tem outro modus operandi, mas há cada vez mais sociais-democratas a entusiasmá-lo com a ideia de se posicionar para o futuro. Aos mais próximos, tem dito que não tem ambições políticas e que está confortável na sua vida profissional, mas nunca descartou a ideia de vir a apresentar-se no futuro «se achar que pode dar um contributo importante». Está em aberto a hipótese de levar uma moção ao Congresso, mesmo sabendo que a ideia será só fazer uma prova de vida a pensar num outro ciclo político. É que no PSD a tradição diz que há que perder pelo menos um congresso antes de chegar à liderança. E os ‘Pedros’ sabem disso.

Margarida Davim