Mariana Mortágua: “A esquerda está proibida dentro do contexto europeu”

A discussão sobre se as finanças devem estar no topo das preocupações políticas é importante, mas o importa ainda mais perceber são as consequências que a sua linguagem traz para a ligação das pessoas à política.

É recorrente hoje em dia ler-se notícias e ouvir-se representantes a utilizar jargão financeiro e económico enquanto se debruçam sobre os problemas portugueses e as soluções para o país. “Troika ainda tem mais de um quarto da dívida pública portuguesa“, diz o Jornal de Negócios, “FMI melhora previsão do défice para 1,9% em 2017“, diz a SIC Notícias, “Juros da dívida de Portugal a subir a 2, 5 e 10 anos“, diz o Diário de Notícias. É preocupante para a democracia que o tipo de linguagem utilizado nas notícias em destaque nos jornais sejam acessíveis apenas a uma pequena parte da população. O restantes, ficarão de fora.

A relevância das finanças no discurso político não será novidade para ninguém, mas o que parece interessante é perceber a evolução dessa relevância. Será que os números do défice e da dívida pública foram sempre tão importantes como hoje são? Porque é que hoje parece interessar mais a dívida pública do que a taxa de desemprego? Quem está por detrás dos limites do défice impostos pela União Europeia?

Foi por isso que quisemos, hoje, trazer a Mariana Mortágua – deputada à Assembleia da República e dirigente do Bloco de Esquerda – ao É Apenas Fumaça. Conversámos sobre o que é o défice, a dívida soberana, dívida pública e os juros da dívida, e muito mais. A quem deve dinheiro o Estado português? O que quer dizer uma renegociação de dívida? Como é criada a dívida? Porque é que hoje se fala tanto sobre finanças?

Produzido pela equipa do É Apenas Fumaça, um projeto de media independente, e foi originalmente publicado em www.apenasfumaca.pt.

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