A noite foi difícil de aguentar no santuário e a manhã não começou melhor. Pelas 7h, quando os sinos replicaram pela primeira vez, chovia copiosamente. “Começou à 1 hora da manhã e nunca mais parou”, contou ao i João Pinhal, de Gondomar, um dos resistentes junto às barreiras de proteção do corredor por onde vai passar, mais logo, o Papa Francisco. “Acordei com a cabeça numa poça”, diz uma mulher do grupo, que junta ainda pessoas de Coimbra, Caldas de Vizela, Condeixa e Fernão Ferro. As previsões dizem que o mau tempo está para ficar, mas eles prometem não arredar pé e o sol, volta e meia, dá um ar da sua graça. “Já noutros anos tem sido assim. Logo à noite parece que vai estar bom, mas se for como doutras vezes, depois da procissão das velas começa a chover. É Nossa Senhora a pôr-nos à prova”.
É habitual haver quem fique para passar a noite de 12 de 13 para maio ao relento, mas desta vez algumas dezenas de pessoas preferiram marcar lugar mais cedo. Não perder o Papa de vista foi um dos motivos, mas o preço do alojamento também pesou. “Antes pagava 35 euros por uma noite, da última vez já foi 75. Desta vez andei a pesquisar para vir mais cedo e quartos só a mil euros. Havia quem pedisse 900 euros para dormir num saco cama. Para ficar no saco cama, fico aqui”, explica Ana Oliveira, de 44 anos.
Em contagem decrescente para a chegada Francisco, não param de chegar peregrinos e a moldura humana vai ganhando forma. Por esta altura, já é difícil furar a multidão para chegar perto da Capelinha das Aparições, onde Francisco fará a primeira paragem para um momento de oração.