Pedro Passos Coelho disse, em Santarém, que a decisão cabe ao Governo, mas que manter na administração da companhia aérea o nome do advogado que esteve envolvido na negociação da reversão da privatização da TAP, de que resultou um contrato com o Estado, "ficará como uma nódoa na nova administração".
Já no sábado o antigo primeiro-ministro afirmara, em Viseu, ser "uma pouca vergonha" o Governo nomear para administrador da TAP "o mesmo homem que andou a negociar a reversão" da privatização da transportadora.
“Isto é uma pouca vergonha. Não tem outra classificação”, afirmou Passos Coelho na convenção autárquica do PSD de Viseu, acrescentando que “fica tão mal a quem nomeia como a quem aceita”.
“O mesmo homem que andou a negociar a reversão da TAP parece que vai ser nomeado administrador da TAP pelo Estado. É uma coisa extraordinária. Tudo isto se faz esperando que ninguém diga nada”, sublinhou Passos Coelho.
Durante uma visita à Feira Nacional da Agricultura, que decorre até dia 18 em Santarém, Passos recordou que Lacerda Machado, "inicialmente até, ao que se dizia, 'pro bono', estava a negociar em nome do Governo a reversão da operação" de privatização da TAP, de que resultou "um contrato com o Estado para regularizar essa situação", sendo agora nomeado como administrador da empresa em cujo processo negocial com o Estado esteve envolvido.
O Expresso noticiou sábado que o antigo secretário de estado social-democrata Miguel Frasquilho seria o novo presidente do Conselho de Administração da TAP e que o advogado Diogo Lacerda Machado e a Presidente da Fundação Serralves, Ana Pinho, seriam vogais.
Recorde-se que Diogo Lacerda Machado é amigo do primeiro-minitro, António Costa e esteve envolvido nas negociações da reversão da privatização da TAP.