Contra a Coreia do Norte, Donald Trump envia bombardeiros e um par de tweets

O presidente americano criticou a postura chinesa e indicou uma vez mais que a sua lua de mel com Pequim pode estar a acabar. 

O presidente norte-americano censurou este domingo o governo chinês por não estar a fazer o suficiente para controlar os programas de desenvolvimento militar da Coreia do Norte.

“Estou muito desapontado com a China”, lançou Donald Trump no Twitter, naquela que é a segunda indicação num mês de que a sua lua de mel com o presidente chinês Xi Jinping pode não sobreviver aos avanços norte-coreanos.

Trump acrescentou: “Os irresponsáveis dos nossos líderes passados permitiram-lhes lucrar milhares de milhões de dólares por ano com comércio e no entanto não fazem NADA para nosso bem com a Coreia do Norte. É só conversa. Não vamos permitir que isto continue. A China pode facilmente resolver este problema!”

O presidente americano falava sobre o mais recente ensaio balístico de Pyongyang, que na tarde de sexta-feira testou pela segunda vez um engenho intercontinental capaz de atingir algumas partes do território americano, como o Alasca, por exemplo.

O desenvolvimento de um míssil intercontinental era encarado há muito como um patamar importante para o programa balístico coreano e o engenho testado esta semana voou com maior alcance e durante mais tempo que o que foi testado no início do mês.

O país tem apenas que desenvolver ogivas nucleares portáteis e suficientemente resistentes para, em teoria, poder atingir solo americano – algo que estará a uns dez anos de acontecer, de acordo com a estimativa mais consensual. 

Rex Tillerson, o secretário de Estado americano, já acusara  na sexta os governos chinês e russo de serem os principais pilares das aspirações do regime de Kim Jong-un – Pequim condenou o ensaio, como sempre acontece, mas pediu contenção a todos os países.

Também este domingo, numa demonstração de força militar, os Estados Unidos enviaram dois bombardeiros supersónicos B-1B sobrevoar a Península coreana. O exercício é uma resposta habitual – mas musculada – às provocações norte-coreanas e tende a enfurecer o regime.

“Se formos chamados a fazê-lo, responderemos com força letal, rápida e esmagadora, quando e onde quisermos”, afirmou o comandante das forças áereas americanas no Pacífico, Terrence J. O’Shaughnessy. “A Coreia do Norte continua a ser a mais urgente ameaça à estabilidade da região.”