O antigo aliado e chefe de gabinete do primeiro-ministro israelita está a negociar com as autoridades um acordo de delação para discutir detalhes sobre os casos em que Benjamin Netanyahu é suspeito de corrupção ou abuso de poder.
A notícia, que corria ontem pelos meios israelitas, surge uma semana depois de um empresário associado a uma compra controversa de submarinos à Alemanha ter chegado também a acordo com as autoridades.
Ari Harow, que foi em tempos uma espécie de número dois de Netanyahu, está aparentemente interessado numa pena reduzida no caso da venda da sua empresa de consultoria, segundo escrevia ontem o “Guardian”.
Netanyahu não é um dos suspeitos no caso de uma venda alegadamente corrupta de submarinos a Israel, mas, como nota o diário britânico, os investigadores aproximam-se cada vez mais aos círculos íntimos do veterano primeiro-ministro.
O primeiro-ministro é referido como possível implicado em casos de abuso de poder e tentativas de controlar meios de comunicação israelitas, venda e compra de armas e trocas de favores com financiadores poderosos.
O primeiro-ministro nega que tenha cometido qualquer crime, mas todas as semanas parecem surgir novos indícios na imprensa e dão-se regularmente manifestações contra a procuradoria-geral, criticada por atrasar os processos.
Harow pode ser uma ajuda preciosa aos investigadores no chamado caso 2000, que investiga relatos de que Netanyahu propôs a um jornal crítico piorar os números de um concorrente em troca de uma cobertura mais positiva.
De acordo com o “Guardian”, Harow gravou no seu telefone discussões entre o primeiro-ministro e um dos responsáveis do jornal “Yedioth”.