Os bombardeamentos realizados na segunda-feira pela coligação internacional de combate ao autoproclamado Estado Islâmico parecem ter matado dezenas de civis inadvertidamente em Raqqa, o último grande bastião urbano da organização, a sua suposta capital e onde, por estes dias, as bombas parecem cair em zonas mais densamente populadas. A notícia era avançada esta terça-feira por duas organizações humanitárias que relatam a guerra civil.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, por exemplo, os bombardeamentos de segunda-feira mataram pelo menos 42 pessoas, entre as quais 19 mulheres e 12 crianças. Uma organização local de ativismo contra o Estado Islâmico dizia, por sua vez, que as bombas da coligação liderada pelos Estados Unidos tinham matado pelo menos 32 pessoas num só bairro da cidade, onde os militantes jihadistas tentam evitar os avanços das Forças Democráticas Sírias (SDF), até há pouco tempo armadas pelos norte-americanos e compostas sobretudo por curdos.
A coligação garantiu esta terça que vai investigar os relatos de mortes civis, mas as organizações humanitárias acusam os Estados Unidos de publicar estimativas muito conservadoras sobre estes óbitos.
O Pentágono admite 624 mortes acidentais desde 2014, mas vários grupos defendem que o número é muito superior e pode rondar já as 4500 vítimas. A coligação argumentou esta terça-feira – num comunicado citado pela BBC – que faz o melhor para evitar mortes entre a população civil e que as notícias publicadas recentemente pelo observatório sírio não têm oferecido muita “especificidade e detalhe, o que faz com que sejam difíceis de avaliar com segurança”.