A candidata do Partido Socialista à Junta de Freguesia de São Francisco de Assis, na Covilhã, enfrentava o candidato do CDS, Júlio Canhoto, e não hesitou em referir o facto de Canhoto ter vivido grande parte da sua vida na Venezuela. «Há 16 anos o senhor nem vivia, nem sabia qual era a aldeia de São Francisco de Assis. Se o senhor nasceu na Venezuela, as suas raízes são na Venezuela», defendeu.
Joana Campos recomendou ao adversário: «É bom que o seu português melhore ou ninguém ‘vai-o’ entender», afirmou a socialista, que, acrescentou, «o senhor só está nesta aldeia porque teve que fugir do país em que estava!».
Para Adolfo Mesquita Nunes, que lidera a candidatura do CDS-PP à Câmara da Covilhã, o sucedido com o seu candidato à freguesia referida é «inaceitável».
«Um lusodescendente que regressa para trabalhar numa das mais isoladas freguesias do concelho e se propõe trabalhar pela sua freguesia foi gozado e insultado em direto pela candidata apoiada pelo PS», diz o vice-presidente do CDS.
«Imitou e gozou com o sotaque dele, depreciou a sua condição de emigrante, acusou-o de não saber de nada por ter estado emigrado. O tom, o gozo e a vontade de humilhar, próprios dos xenófobos, dos nacionalistas, e que a candidata manifestou merecem o nosso repudio», acrescentou o candidato centrista.
«O PS vai manter o seu apoio a quem goza com os nossos emigrantes e não lhes reconhece direitos políticos? Ou vai honrar o seu passado na Covilhã e retirar-lhe o apoio?», questionou o dirigente centrista.