Em 2013, ano em que o PS conseguiu 36,26% dos votos e conquistou 149 câmaras municipais e mais uma em coligação, António Costa considerou-o “poucochinho” e colocou em causa da liderança de António José Seguro. Este ano, já secretário-geral do PS e primeiro-ministro, estabeleceu como meta para o PS manter a presidência da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAF), o que conseguiu, aumentando ainda o número de votos, de câmaras municipais e de mandatos. António Costa utilizava esta eleição para legitimação popular como chefe de governo, cargo que ocupa por acordo parlamentar com o PCP e o Bloco de Esquerda, uma vez que não foi o mais votado nas eleições legislativas de 2015.
Tendo colocado a votos nestas autárquicas as políticas de governo – “é fundamental que no próximo dia 1 de outubro as portuguesas e os portugueses dêem força ao PS para darmos continuidade a esta política dos últimos anos” – o primeiro-ministro procurou também catapultar o PS para uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Ainda assim, António Costa foi cauteloso e insistiu ao longo da noite eleitoral nos méritos da solução de governo que conta com o apoio de comunistas e bloquistas, que perderam votos em grande parte para os socialistas, António Costa resumiu que estes resultados “reforçam o PS” que também a “mudança no quadro parlamentar que se assistiu há dois anos sai reforçada”. Uma posição que tenta manter o apoio ao PS dos seus parceiros à esquerda, cada vez mais ofuscados por um PS em alta.