Pedro Passos Coelho tem o seu futuro como líder do PSD em jogo. Para estas autárquicas começou por estabelecer como meta ter mais presidências de câmara que as atuais 109 para depois apontar para “mais mandatos”, ou seja, incluindo os eleitos tanto nas listas de vereação como nas assembleias municipais.
Apesar de sempre combativo, o resultado global foi inferior ao de há quatro anos. Para além disso, as apostas falhadas em Lisboa – Teresa Leal Coelho teve 11% dos votos – e Porto – Álvaro Almeida não passou dos 10% – foram resultados muito negativos. A reflexão será feita já no Conselho Nacional de amanhã, reunião na qual o presidente social-democrata deverá anunciar que se mantém no cargo até um próximo momento eleitoral partidário. Só que os resultados de ontem – um dos piores da história do partido – vão pesar muito e segundo o próprio Passos Coelho serão definidores da estratégia do partido no futuro próximo tendo em vista as próximas eleições legislativas. Um regresso de Passos à chefia do governo só será possível com maioria absoluta e esta falhou em 2015 na coligação.
O bom momento do CDS – que tenderá a afastará os centristas de uma renovação de uma coligação pré-eleitoral – é mais um dado na reflexão sobre esta estratégia. Para já, Passos Coelho garante que não se demite mas uma recandidatura à liderança do partido, que a meio da semana garantiu ser um facto, é agora mais um dado na reflexão estratégica do líder social-democrata. Uma organização interna rápida será decisiva para as ambições legislativas do PSD.