Localização, acabamentos de alta qualidade, existência de zonas exteriores e acessos são alguns dos critérios que são tidos em conta por quem procura um imóvel de luxo. Mas tal como acontece no mercado tradicional, também aqui a a procura excede em muito a oferta e, assim que as oportunidades surgem, também se esgotam facilmente.
A verdade é que o “sucesso” deste mercado restrito acaba por ser visível no negócio das mediadoras. A Remax Collection registou um aumento na ordem dos 44,2% nos primeiros seis meses do ano. Este crescimento é também acompanhado pelo número de transações, 481 no total, o que representa um crescimento de 50,5% face a igual período do ano. Os apartamentos continuam a ser os imóveis com mais procura, representando 58,6% do volume de negócio e 69,1% das transações, com as moradias a representarem 20,3% e 18,3%, respetivamente.
De acordo com a mediadora, os clientes portugueses dominam quer no volume de negócio (49,66%), quer nas transações (53,45%), uma tabela onde se seguem os cidadãos de nacionalidade chinesa (11,88% e 7,47%), brasileira (10,96% e 10,92%) e francesa (7,98% e 6,32%). Já os cidadãos árabes, japoneses e turcos completam a lista que, relativamente a 2016, vê saírem os cidadãos angolanos e britânicos.
“O facto de os portugueses continuarem como principais compradores é revelador de que o imobiliário é cada vez mais visto como um investimento seguro, em detrimento de produtos financeiros”, revela Beatriz Rubio, CEO da mediadora.
A grande fatia do mercado Collection centra-se no distrito de Lisboa, que inclui concelhos historicamente importantes para este segmento como os de Sintra e Cascais, com um volume de negócios de 86,22% e um volume de transações de 87,33%. Faro, Setúbal e Porto também estão no pódio.
Peso de 30%
Também a Century 21 reconhece ao i o aumento de procura e diz que este setor – imóveis com valor superior a 500 mil euros, com um preço médio de metro quadrado acima dos cinco mil euros – representa mais de 30% do volume de negócios da mediadora.
De acordo com Ricardo Sousa, Lisboa, Linha de Cascais e Algarve são as zonas que registam maior procura, situando–se os valores médios de transação nos 800 mil euros.
Já em relação a nacionalidades, o administrador da mediadora revela que “a principal procura para esta tipologia de imóveis regista-se por parte de consumidores portugueses, brasileiros e franceses”.
Zonas com maior relevância
Apesar de a Era admitir que o mercado de propriedades de luxo tem pouca relevância no total de vendas, já este ano vendeu cerca de 130 propriedades acima de 500 mil euros. Ainda assim, representa menos de 1% das vendas totais.
No entanto, João Pedro Pereira, membro da comissão executiva da mediadora, reconhece que há agências especializadas neste segmento e, “por essa razão, nessas agências, o peso dos imóveis de luxo é muito superior, podendo a percentagem de casas de luxo atingir 10% das propriedades vendidas”, revela ao i. É o caso, por exemplo, de determinadas zonas de Lisboa e Porto e da Linha de Cascais, entre outras.
De acordo com o responsável, os valores médios de transação de propriedades na Era rondam os 125 mil euros por transação no mercado mass market, mas quando se fala em propriedades de luxo, já é possível encontrar propriedades entre os 500 mil e os três milhões de euros.
Por norma, os imóveis mais caros são normalmente mais procurados por ingleses, franceses e outros cidadãos da União Europeia. “Mais recentemente, também temos visto crescer o número de compradores brasileiros”, salienta.