A moção de censura do CDS acusa o Executivo de António Costa de ter falhado duas vezes este verão com as tragédias de Pedrógão Grande e do dia 15 de outubro. "Consideramos que o Governo falhou, não corrigiu o seu comportamento em tempo, e voltou a falhar", pode ler-se no documento apresentado pela bancada do CDS.
"Se durante quase quatro meses o Primeiro-Ministro pouco ou nada fez para repor a confiança dos cidadãos, no momento da divulgação do relatório perdeu uma nova oportunidade para revelar sentido de Estado essencial para as funções que desempenha." Em causa estão as conclusões do relatório da Comissão Técnica Independente sobre a tragédia de Pedrógão, e que o CDS acusa o Governo de não assumir as responsabilidades. "O primeiro-ministro não se mostrou disponível para assumir as responsabilidades políticas pela parte do relatório que demonstra a falha do Estado", pode também ler-se no documento.
O partido de Assunção Cristas, no documento que também é assinado pela líder, acredita que "o governo não fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar o sucedido", neste que foi "o pior [ano] de sempre em perdas de vidas humanas" e em área ardida, com "mais de 500.000 hectares".
Para além das tragédias, o CDS acusa também o Executivo de ter sido "insensível e desajustado" nas declarações proferidas sobre a tragédia, "remetendo os portugueses à sua sorte, demonstrando o desnorte e a incapacidade deste governo para enfrentar situações de crise".
A votação da moção de censura está agendada para terça-feira na Assembleia da República.