Luís Montenegro afirmou que o governo "existe para que outro – liderado pelo PSD – não pudesse existir" e mostrou confiança de que os sociais-democratas voltem ao Executivo, mas não para evitar que o PS governe, mas por mérito e votação dos portugueses.
O discurso deputado do PSD manteve o que até aqui foi defendido pelo deputado Hugo Soares: desafiar o Governo a avançar com uma Moção de Confiança. "O Governo também tem Moções de Censura do Bloco de Esquerda e do PCP, mas essas são de uma voz mais baixinha", afirmou Luís Montenegro, dando ênfase às críticas dos partidos que apoiam o Executivo e que o deputado apelidou de "campeão e vice-campeão de apresentação de Moções de Censura".
Montenegro citou ainda António Costa quando disse, logo depois das legislativas, que é preciso uma Moção de Confiança para garantir um governo apoiado pelo parlamento.
Sobre a falha do Governo e a culpabilização dos antigos Executivos, Montenegro lembrou que "nos últimos 22 anos, o PS governou 15", e relembrou que Eduardo Cabrita foi "o governante que mais governou". O social-democrata afirmou ainda que António Costa "usar a reforma da floresta como álibi das suas responsabilidades".
Também a ministra demissionária Constança Urbano de Sousa foi abordada por Luís Montenegro que acusou a ex-ministra de mentir e mentir "com a cumplicidade do primeiro-ministro", que depois de saber que a Constança Urbano de Sousa já queria apresentar a sua demissão por estar "fragilizada" continuo a manter a deputada à frente do Ministério da Administração Interna.
Luís Montenegro relembrou o compromisso do Governo de "objetivo zero" que "significava zero mortes nos incêndios florestais" e usou o adjetivo "clamorosamente" para caracterizar a falha do Governo perante "uma prova de fogo, no sentido literal".
"Podem apelar ao consenso, e nós cá estaremos, o que não podem é dizer que o país não contou com as propostas do PSD", afirmou Montenegro, lembrando que foram chumbadas as medidas apresentadas pelos sociais-democratas.