Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, questionou António Costa sobre a transferência do Infarmed para o Porto, como foi anunciado pelo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes. O primeiro-ministro respondeu à pergunta e repetiu cinco vezes: "A decisão do governo é que o Infarmed vá para o Porto".
O anúncio que, segundo Hugo Soares, foi feito com "pompa e circunstância" foi feito com "leviandade" e "leveza", o que o deputado considera um "ultraje". O líder parlamentar do PSD relembra que a esquerda recusou a criação de uma comissão independente para "discutir a descentralização", acusando o primeiro-ministro de "continuar a fazer estes jogos políticos". "Este assunto não foi preparado e o senhor não sabe o que fazer agora" acusou Hugo Soares.
Costa negou a "pompa e circunstância", afirmando que "o governo não se exprimiu da melhor maneira", chegando a utilizar o termo "inábil" para a forma como foi anunciada a transferência. Costa acrescentou ainda que "o governo não devia ter exteriorizado esta informação" antes de reunir com a administração da empresa e os trabalhadores afetados. Costa defendeu a ideia de transferência do Infarmed para a Invicta, dizendo que lhe "pareceu uma ideia concreta, positiva" e que ia ao encontro da "descentralização dos serviços". Para o primeiro-ministro, se a cidade tem capacidade para "acolher a agência europeia" também terá para a agência nacional.
Hugo Soares afirmou que o norte não precisa de "esmolas" e acusou o António costa de ser "habilidoso com as palavras" e insistiu em que o primeiro-ministro respondesse concretamente se "foi uma intenção ou uma politica muito confusa".
A resposta de Costa foi direta e repetida várias vezes: "Creio que vou repetir pela terceira vez aqui", começou, "a decisão do governo é que o Infarmed vá para o Porto." Para que nada ficasse por entender, Costa repetiu mais duas vezes a frase, terminando a intervenção perguntando ao deputado se "está entendido".
Assunção Cristas também se focou na transferência do Infarmed. A deputada do CDS questionou a necessidade de fazer "estudos" e de ser "falado com os trabalhadores" se "à priori a decisão já está tomada", acusando o governo de seguir uma política "de primeiro decidir e depois estudar. Cristas usou como argumento o rating do Infarmed que passaria do top para o final da lista e o custo que a transferência irá custar ao estado.
Com base na intervenção da líder centrista, Costa registou que a deputada "é contra a transferência do Infarmed para o Porto", o que Cristas negou dizendo que o primeiro-ministro "não só não responde às perguntas feitas como tem a desfaçatez de pôr na minha boca algo que eu não disse".