PSD. É mesmo uma liderança de transição?

Rio chegou e quer ficar. Até enfrentar Costa, tem duas eleições

Os sucessores negam-no, o sucedido evita-o. A questão ficou a pairar no ar – e muito maçou Rui Rio – quando Miguel Relvas, ex-ministro e ex-homem do aparelho laranja, a lançou em entrevista. É uma liderança “para dois anos”, notou Relvas, que apoiou ele próprio Pedro Santana Lopes. Dois anos presume 2019, 2019 presume legislativas, e “liderança de transição” presume derrota eleitoral. 

Entre o congresso de fevereiro e as legislativas de 2019 há, todavia, outro desafio: as eleições europeias. Embora estas tenham por hábito constituir um teste a quem está em governo, o facto é que essa tradição não se verificou entre o atual executivo do PS e as eleições autárquicas de outubro passado. Os socialistas governam há dois anos e isso não impediu António Costa de conseguir a maior vitória em eleições locais da história do partido. As europeias, por isso, são incógnita para o PSD.

Sobra outro desafio (por agendar) que são as eleições regionais na Madeira. A região autónoma vai a votos e Miguel Albuquerque anda tremido no PSD do arquipélago, podendo já nem ser o candidato social-democrata em 2019. Se a ida às urnas no Funchal for marcada para antes das legislativas, o PSD corre o risco de perder, pela primeira vez, a Madeira para o PS. Vencer legislativas contra Costa a seguir não seria grande aposta. Mas o último homem que apostou contra Rui Rio teve depois de pagar-lhe um almoço. Foi Miguel Relvas. O mesmo que batizou a nova liderança de breve.