O líder parlamentar do PS, Carlos César, afirmou esta segunda-feira que os socialistas não precisam de novos aliados, recusando comentar os avisos do PCP e do Bloco de Esquerda quanto aos riscos de um Bloco Central.
"Volvido este período, em que PSD foi um pouco terra de ninguém [com as eleições internas], estão criadas as condições para uma interlocução mais sólida. Não precisamos de ter novos aliados, mas precisamos de ter todos os interlocutores", disse Carlos César, no final de uma visita às áreas ardidas no verão e no outono do ano passado.
O líder socialista recusou faezr comentários em relação aos avisos do PCP e do Bloco, considerando os assuntos “temas laterais”: "Não vou falar sobre esses temas laterais. É preciso ter a atenção que nos trouxe até aqui: contribuir para que estas pendências [na resolução dos problemas] tenham uma solução rápida e que a reconstrução prossiga pelo menos no ritmo que agora está a ter".
Recorde-se que ontem Jerónimo de Sousa e Catarina Martins deixaram avisos ao PS sobre a possibilidade de ressurgir um Bloco Central, relembrando a coligação PS-PSD entre 1838-85, quando o Governo era liderado por Mário Soares.
O PS começou hoje as jornadas parlamentares – estão previstas visitas aos distritos de Coimbra, Leiria e Viseu, aqueles que foram mais afetados pelos incêndios de 2017. O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, junta-se aos deputados ao final do dia, sendo esperado um discurso durante o jantar com o grupo parlamentar. Amanhã, o foco será o debate centrado na transparência política e as competências das autarquias.