Os preços das casas vão continuar a subir nos próximos cinco anos. Os mediadores e promotores imobiliários anteveem uma subida média anual de 6% e apontam a escassez de oferta face a uma procura crescente como o principal fator para a limitação da atividade transacional e para a pressão sobre a subida de preços. O alerta é feito pelo estudo da Confidencial Imobiliário (Ci).
Estes valores vão ao encontro dos números avançados pela agência de notação financeira Fitch, que no entanto admite que as subidas acima da média devem ocorrer em cidades maiores, como Lisboa e Porto, assim como na região do Algarve, “locais com mercados de trabalho mais fortes do que outras regiões e que são influenciados por investidores imobiliários corporativos que visam capitalizar as oportunidades de mercado”.
O relatório da Fitch chama ainda a atenção para o facto de, nos últimos anos, estarmos a assistir a uma recuperação de preços que se tem consolidado com subidas de 4% a 5% por ano desde o final de 2015, “apoiadas por uma melhoria da perspetiva macroeconómica, confiança do consumidor e oferta limitada de imóveis”.
A agência de notação referiu também que, apesar de a construção “continuar frágil, a recuperação está a começar”, acrescentando que as estatísticas oficiais mostram que os licenciamentos e as finalizações cresceram pelo segundo ano consecutivo, “embora de uma base muito baixa”.
A verdade é que Portugal registou o segundo maior aumento de preços das casas na zona euro, de acordo com os últimos dados do Eurostat. Estes preços cresceram 4,1% na zona euro e 4,6% na União Europeia no terceiro trimestre do ano passado, quando comparado com igual período do ano anterior, enquanto em Portugal se verificou uma subida de 10,4% – um aumento de preços sem precedentes no mercado nacional, já que tanto os dados deste organismo como do próprio Instituto Nacional de Estatística (INE) nunca apontaram para subidas na ordem dos 10%.
Os estrangeiros têm sido a principal razão para este comportamento do mercado imobiliário, com o investimento a valer já praticamente um quarto das transações imobiliárias.