"Os principais riscos são um falhanço na recuperação dos preços do petróleo, que colocaria pressão adicional na taxa de câmbio oficial", aponta a consultora BMI. Na sua análise à economia angolana, os consultores acrescentaram que as “depreciações [do kwanza] aumentam o custo da dívida externa, subindo o risco de incumprimento financeiro ('default')".
Segundo os analistas da BMI – detida pela agência ‘Fitch’ – “as perspetivas de um crescimento mais sustentável sob o novo governo continuam magras, apesar de várias mudanças em posições importantes".
Os analistas, citados pela agência Lusa, salientam que a produção de petróleo continua a ser o maior trunfo de Angola, mas o “declínio gradual” da produção e um grande peso da dívida "limitam a capacidade do governo para uma política orçamental expansionista" nos próximos dez anos.
Já em Moçambique, também a dívida é a preocupação principal, com a economista-chefe do Banco Mundial em Maputo a aconselhar o governo local a reestruturar a sua dívida o mais depressa possível. O objetivo é clarificar a situação macroeconómica do país e voltar a ter um crescimento robusto.
Segundo Shireen Mahdi, o” governo de Moçambique lançou um processo de reestruturação com os credores e isso é um processo importante que estamos a observar", uma vez que a receita sugerida pelo Banco Mundial consiste em obter resultados "quanto mais cedo, melhor".
"O conselho que damos é de reduzir a incerteza no cenário económico e quanto mais tempo estas discussões decorrerem, mais incerteza vai haver na economia", diz a responsável do Banco Mundial, uma vez que “certamente que clarificar o 'stock' de dívida e das perspetivas de Moçambique seria critico para restaurar a estabilidade macroeconómica" de que o país precisa para ter um crescimento mais robusto.