Alberto João Jardim, que já não participava num Congresso Nacional do PSD há seis anos, veio à antiga FIL para afirmar que “a geringonça é do mais reacionário e do mais conservador que temos em Portugal”.
“Eu sempre aprendi, desde pequenino, que a esquerda é quem luta e quem transforma. Virem dizer que forças políticas não querem mudar nada, estão a gozar comigo. Que defendem regimes autoritários, estão a gozar comigo” disse o ex-presidente da Madeira.
Jardim deixou ainda sete pontos para Rui Rio adoptar durante a sua liderança, que incluem uma “reforma constitucional e uma reforma da própria União europeia em que Portugal tem de ser ativo”. “É preciso acabar com este estado português que parece uma grande ONG”, continuou, “temos de caminhar para a verdadeira social-democracia com um estado social que infelizmente o neoliberalismo em outras épocas andou a distribuir”.
O ex-presidente da Madeira criticou ainda o sistema fiscal por não ser atrativo. “Não queremos ver as nossas empresas a ter as suas finanças na Holanda”, disse numa crítica à Jerónimo Martins. “Temos uma classe média sobrecarregada. Cada um de vós que está aqui nesta sala sabe que está sobrecarregado nos impostos e que a vida está mais pesada”, disse.
Para Rui Rio ficou o desafio de acabar com a burocracia, ou como ele disse “acabar com esta porcaria toda”. “Temos de desenvolver o investimento público e privado”, afirmou o ex-presidente da Madeira. “Atenção que investimento não é só a construção”, alertou deixando ainda a pergunta no ar: “Como é que se pode investir no país que precisa de 10 papéis quando basta dois noutro país?”
Sobre o interior, Jardim disse que o que se passa nesta zona do país é “inadmissível”, e é preciso investir. “Os chineses dizem muito bem que em política 100 anos é um ano, e nós temos de continuar a lutar”, concluiu o ex-presidente da Madeira.