O discurso de Carlos Moedas, ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro e actual comissário europeu na Comissão Europeia, foi um agradecimento sentido a Pedro Passos Coelho.
O agradecimento veio numa “simples palavra: Obrigado”. “Trabalhei dia e noite ao lado dele, durante três anos tão difíceis para o nosso país”, afirmou Moedas lembrando as “horas mais críticas” que teve “a sorte de o poder observar”. Para o social-democrata “nenhum outro poderia ter liderado como ele o fez naquele momento, nenhum outro teria conseguido manter o rumo”.
Moedas invoca do dia 2 de Julho de 2013, dia em que Paulo Portas anunciava a demissão irrevogável e Maria Luís Albuquerque assumia a pasta das Finanças. “Tudo parecia cair-nos em cima. Todos pensámos que era o fim. Só podia ser o fim”, partilhou.
Passos Coelho “fez um discurso que ficará para a história”, afirmou o ex-secretário de Estado. “Surpreendeu tudo e todos, estendeu uma mão conciliatória e abriu um processo que reforçou o nosso governo, melhorou a coligação e livrou-nos da troika menos de um ano depois”.
“Sei bem que os últimos anos têm sido difíceis. Não é fácil ganhar eleições e não governar. Não é fácil ver outros colherem os frutos daquilo que semeamos”, afirmou ainda Moedas.
Sobre o novo líder, Moedas acredita que este Congresso Nacional começa “um novo capítulo na história do PSD”. Depois de “os bem-pensantes” terem previsto que “tudo ia correr mal”, o colapso da coligação, a falha de uma avaliação da troika, a necessidade de um segundo programa, e a perda das últimas eleições, foram previsões erradas. “Os mesmos bem-pensantes vaticinam que Rui Rio vai perder as eleições de 2019. Estão mais uma vez enganados”.
A Rio fica o desafio da reforma da educação, a garantia da sustentabilidade do estado social e a redução da desigualdade nos próximos 10 anos. “A esquerda mais conservadora continuará sempre a dar as respostas do passado a perguntas do presente”, afirma Moedas. “Porque de certa forma a esquerda conservadora tem medo do futuro” e, por isso, “a resposta de certa esquerda é resistir ao futuro”.