Ainda Rui Rio mal se sentou na cadeira da liderança deixada este fim de semana por Pedro Passos Coelho e já há quem assuma a possibilidade de se candidatar ao seu lugar nas próximas diretas.
Quem deixou este fim de semana a porta entreaberta foi Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, que afirmou numa entrevista à “TSF” e ao “Dinheiro Vivo” não colocar a opção de lado. A ex-ministra não tomou “uma decisão definitiva sobre essa matéria” mas também não a excluir. “Acho que em política não se deve dizer nunca para depois não termos de engolir as nossas palavras. Não tenho essa intenção mas tenho 50 anos, porque não?”
E a resposta ao “porque não?”, fica pendente até ao resultado de Rui Rio nas próximas legislativas. Quando questionada se o novo líder tem a “obrigação de vencer as próximas legislativas”, Maria Luís Albuquerque respondeu que o partido tem “a obrigação de fazer o que estiver ao alcance para ter esse resultado”.
Outro nome que já está na lista é Luís Montenegro, que assumiu a vontade de se chegar à frente durante o seu discurso no congresso nacional. “Se for preciso estar cá eu cá estarei para o que der e vier sem receio de nada e sem estar por conta de ninguém”, disse o deputado.
O nome de Montenegro tinha sido um dos avançados logo que Passos Coelho anunciou o fim do seu mandato, no entanto, a resposta à chamada não foi positiva. “Desta vez decidi ‘não’, se algum dia entender dizer ‘sim’, já sabem, eu não vou pedir licença a ninguém”, continuou criticando quem lhe chamou “cobarde”. “Tal como o Rui Rio fez noutras ocasiões, a minha decisão de não candidatura foi um exercício de liberdade e de responsabilidade”, disse, lembrando as vezes em que o novo líder recusou o convite para se manter à frente da câmara do Porto.
“Não fui eu que estive dez anos à espera – no tempo e no modo que são legítimos para todos, não é só para alguns – para disputar a liderança do PSD entre desejos alternantes de ser primeiro-ministro ou presidente da República”, acusou.
À semelhança de Montenegro, também Paulo Rangel e Miguel Pinto Luz foram apontados como possíveis candidatos à liderança. Nenhum deles aceitou o desafio e foi Santana Lopes quem foi à luta. “Santana foi uma quarta opção de quem queria a todo transe que existisse uma âncora contra mim”, disse Rio, numa entrevista ao “Expresso” a 28 de outubro.
Também André Ventura, o polémico candidato à câmara de Loures que ficou conotado com um discurso populista e xenófobo, tinha anunciado ao i que ia “avançar caso ninguém avance contra Rui Rio”. No entanto, tal não aconteceu e Ventura já reforçou a sua intenção de ser líder: “Não voltará a haver eleições no PSD sem a minha presença”, admitiu à “Sábado”, pouco tempo depois das diretas.
Apesar das legislativas serem o grande teste de Rio, no seu discurso de abertura do congresso, o recém-empossado líder colocou uma maior ênfase na “preparação para as eleições autárquicas de 2021”.