Fisco espanhol pede cinco anos de prisão para Xabi Alonso

O jogador terá defraudado a autoridade tributária, entre 2010 e 2012, em dois milhões de euros

A história repete-se, muda o protagonista. Desta vez, Xabi Alonso é o alvo mais recente do fisco espanhol. A Autoridade Tributária de Madrid solicitou esta quarta-feira cinco anos de prisão para o ex-jogador do Real Madrid por três crimes cometidos pelo futebolista contra o Estado espanhol durante os exercícios fiscais de 2010, 2011 e 2012. A suposta fraude fiscal, num valor que ascende aos dois milhões de euros, tem que ver com a exploração dos direitos de imagem do jogador nesses três anos.

De acordo com um representante do Ministério Público de Espanha, a par de Alonso, a mesma pena deverá ser aplicada ao seu assessor fiscal, bem como ao administrador da sociedade de consultoria, por terem simulado o fim da exploração dos direitos de imagem “com a intenção de obter um benefício fiscal ilícito”.

Além disso, o MP exige que cada um dos três envolvidos pague uma multa de quatro milhões de euros e, no conceito de responsabilidade civil, outros dois milhões de euros, de forma solidária, à Autoridade Tributária.

A aplicação desta multa tem como objetivo reaver o montante total dos danos económicos causados aos cofres do Estado nos três anos em questão.

O antigo médio espanhol era, de resto, um dos visados na lista de futebolistas denunciados por alegadas fraudes fiscais nos contratos de direitos de imagem, como aconteceu com os portugueses Ricardo Carvalho e Fábio Coentrão.

Ninguém escapa Alonso é apenas um dos muitos atletas na mira do fisco espanhol. Messi, Cristiano Ronaldo ou Neymar foram outros dos vários futebolistas chamados a tribunal para prestar contas… por alegados crimes da mesma natureza. O argentino Lionel Messi, recorde- -se, viu a sua situação regularizada somente depois de pagar 22 milhões de euros referentes aos direitos de imagem dos anos de 2010, 2011 e 2012.

O fisco, que pediu inclusivamente 21 meses de prisão para La Pulga, acabou por solicitar o arquivamento do caso depois de Messi devolver o montante em causa, concluindo que “o jogador não teve conhecimento da fraude, limitando-se a seguir as indicações do seu pai” – à data, o homem responsável por essa matéria.

Por sua vez, e ao contrário do que se passa com o futebolista do Barcelona, a situação entre o fisco espanhol e o craque português ainda não está resolvida. Cristiano Ronaldo está acusado, recorde-se, de ter ocultado cerca de 14,7 milhões de euros, entre os anos de 2011 e 2014, referentes também aos direitos de imagem.

Esta semana, a Europa Press avançou com a notícia de que Ronaldo terá proposto à agência tributária espanhola o pagamento de cinco milhões de euros para regularizar a sua situação fiscal – uma proposta, contudo, rejeitada pelo fisco, após ter sido considerada “insignificante”. Mais tarde foi o jornal espanhol “El Mundo” a escrever que o capitão das quinas ofereceu um “cheque em branco” para pagar a dívida e, deste modo, evitar a via penal.

Depois destas notícias, foi o próprio CR7 a recorrer às redes sociais para deixar uma mensagem. “Não tentem apagar o momento bonito que estou vivendo com notícias falsas!!! Life is good. Blessed”, escreveu o avançado na sua conta de Instagram.