Para o PSD, já não há dúvidas: o único caminho é o da solidariedade com o Reino Unido através da expulsão imediata dos diplomatas russos.
Ontem, a posição da direção da bancada era mais cautelosa, com a deputada Rubina Berardo a dizer ao Expresso querer esperar pelas explicações do MNE.
"A maioria dos países está a tomar uma decisão de expulsão; outros, entre os quais Portugal, que não o fizeram, por isso queremos saber os fundamentos desta atitude. Só o governo está na posse de toda a informação necessária e cabe-lhe informar o Parlamento. Só com base nisso tomaremos uma posição", afirmava a vice-presidente do grupo parlamentar do PSD com o pelouro das relações externas, citada pelo Expresso.
Apesar disso e ainda antes da audição ao ministro que o PSD anunciou que vai requerer, Fernando Negrão veio hoje pedir que o Governo siga o exemplo dos países da União Europeia e da NATO que já anunciaram a expulsão de diplomatas russos na sequência da tentativa de assassinato de um ex-agente secreto russo e da sua filha no Reino Unido.
Negrão diz que a expulsão deve ser "imediata" como reação a um ato "praticado com um gás químico que é uma arma química proibida em todo o espaço internacional e que não era usada em território europeu desde a Segunda Guerra Mundial".
"Devemos alinhar com a maioria daqueles de quem temos estado ao lado sempre", sublinhou Negrão, defendendo, em declarações aos jornalistas no Parlamento, que Portugal deve seguir o exemplo dos países da UE e da NATO que expulsaram diplomatas russos.
De resto, Fernando Negrão acha que o único motivo pelo qual o Governo não tomou essa atitude prende-se com "a aliança que tem com dois partidos que estão do lado errado", uma vez que "o PS sempre foi um partido atlantista".
O líder parlamentar do PSD anunciou também que irá pedir uma audição urgente ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santo Silva, sobre este tema.