“Como é que o governo pode justificar que haja 800 milhões de euros para injetar no Novo Banco mas não haja para a reposição de rendimentos?”, questionou Jerónimo de Sousa durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro. “O Novo Banco deveria ter-se mantido na esfera pública”, defendeu ainda o secretário-geral do PCP porque “se isso tivesse acontecido o banco era português, era nosso”.
No entanto, Costa negou a “injeção” de capital no banco, referindo-se sempre a um “empréstimo ao fundo de resolução” que, segundo o primeiro-ministro, “levará 30 anos” a recuperar o valor. “A alternativa da nacionalização implicava novamente que o estado tivesse injetado no banco entre 4 mil e 4,5 mil milhões de euros”, disse, “ficaríamos com um banco, sim, mas ficaríamos com um prejuízo de 1700 milhões de prejuízo”. Jerónimo não se mostrou confiante com a recuperação do valor. “Eu tenho impressão que não vamos ver esse pagamento um dia ser concretizado”, disse.
Sobre o concurso de apoio às artes, Jerónimo defendeu uma alteração em três pontos: o reforço orçamental, a revisão das decisões deste concurso e a revisão de fundo do modelo de apoio às áreas. O líder comunista defendeu mesmo a revisão das decisões do júri do concurso referindo uma companhia do Porto que foi excluída por ter integrado trabalhadores precários nos quadros. No entanto, Costa negou essa possibilidade. “Se anulássemos este concurso isso significaria um atraso no apoio às companhias”, disse o primeiro-ministro, “seria ilegal e prejudicaria as 140 companhias que foram anunciadas e estas 43 que com o alargamento vieram também a ser anunciadas”.
António Costa respondeu ainda à crítica de Jerónimo sobre o resultado orçamental que ultrapassou as metas impostas dizendo que “deve-se sobretudo ao crescimento da economia, que se deve à mudança de políticas que introduzimos há dois anos” e não andaram “a fazer cortes para ter este resultado orçamental”.