O PSD vai confrontar Mário Centeno na quarta-feira durante a audição do ministro das Finanças na comissão do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa com o caso das crianças que recebem tratamento oncológico nos corredores do Hospital S. João, no Porto.
"Hoje somos confrontados com uma situação que não nos pode deixar ficar indiferentes: o Hospital de S. João um hospital onde o governo anterior tinha iniciado uma obra para a construção de uma nova ala pediátrica para doentes oncológicos verifica-se que muitas crianças estão a ser tratadas em condições que não são dignas do serviço nacional de saúde e do nosso país", disse o deputado Ricardo Batista Leite aos jornalistas. "Assim que o novo governo entrou em funções, que as obras desta nova ala pediátrica foram suspensas", acrescentou o deputado com base em declarações feitas ao partido pela administração do hospital, "e daquilo que ouvimos da parte do secretário-geral da Saúde é que aguardam, como sempre, que o senhor ministro das Finanças, Mário Centeno, dê autorização para libertar a verba".
Para os sociais-democratas, Mário Centeno é "é de facto o ministro da Saúde em funções, é aquele que neste momento está a tomar as decisões e temos um ministério da Saúde que está refém quer por um lado da extrema-esquerda mas acima de tudo do ministro das Finanças que tem uma agenda pessoal e que coloca o défice acima da saúde dos portugueses".
"Isto não é aceitável no sistema de saúde que se diz desenvolvido e que não responde minimamente àquilo que a nossa Constituição prevê ou seja um Serviço Nacional de Saúde transversal e de qualidade", disse ainda o deputado anunciando que para além de colocarem "uma pergunta ao governo a pedir esclarecimentos sobre esta situação, a exigir clarificações rapidamente" vão também "chamar a administração do [hospital] S. João para que possa explicar o que se está a passar".
Para além do caso concreto do hospital do Porto, o PSD vai ainda questionar sobre outros problemas relacionados com o tratamento de doentes oncológicos, como é o caso do IPO de Lisboa. "Recentemente o PSD visitou o IPO de Lisboa e verificámos que os 5 milhões de euros que o governo anterior tinha deixado para a expansão do bloco operatório não foram investidos e que neste momento continua o IPO à espera que o Tribunal de Contas valide as contas para que a obra possa começar".