Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas foi chamado à comissão da Economia, Inovação e Obras Pública para justificar o cancelamento de voos da TAP que estão a acontecer desde a passada sexta feira, uma situação que já se tinha verificado no final de março.
Paulo Neves, deputado do PSD eleito pela Madeira, considera a situação “absolutamente incomportável e inaceitável”. “Não nos podemos esquecer que o serviço para as regiões autónomas – seja a Madeira, seja os Açores – é um serviço público”, o que “acresce a responsabilidade da empresa”, disse ao i.
“O que nós queremos é que não voltem a haver estes cancelamentos, que a operação seja regularizada rapidamente, que as pessoas que têm sofrido com isto – algumas ainda se encontram no continente ou na Madeira porque não têm voos – sejam imediatamente transportadas para o destino e que não se volte a repetir isto porque é absolutamente inaceitável”, reforçou.
Também o CDS fez um requerimento para a audição urgente do ministro considerando que a TAP “não está a cumprir a obrigação do serviço público ‘entre um aeroporto da comunidade e um aeroporto que sirva uma região periférica ou em desenvolvimento do seu território ou numa rota de fraca densidade de tráfego para qualquer aeroporto do seu território, se a rota em causa for considerada vital para o desenvolvimento económico da região que o aeroporto serve’”, pode ler-se no requerimento a que o i teve acesso.
“O ministro naturalmente também tem responsabilidade porque o governo reverteu a privatização da TAP com a justificação de que o governo queria continuar a ter um controlo na empresa”, disse ainda Paulo Neves. O PSD alargou o pedido de audição também ao conselho de administração da TAP reforçando que”o governo nomeia administradores executivos e não executivos para a companhia, portanto tem uma responsabilidade muito grande e tem que dar uma justificação”.
Ao i, o deputado social-democrata confirmou que já houve contacto informal com o executivo de António Costa mas que agora “o contacto tem que ser o mais formal possível”.
Também o CDS já tinha enviado três perguntas ao ministro em relação aos voos que se registaram no final de março pedindo justificações pelo cancelamento de “mais de 30 voos a partir do aeroporto de Lisboa”.