"Tem à sua disposição 20 milhões de euros de mecenas, por que é que vai gastar 20 milhões de euros?", questionou Fernando Negrão, sublinhando o facto de as crianças estarem numa "situação indigna e miserável", obrigados a receber tratamentos num corredor do Hospital de São João.
"Porquê investir 20 milhões de euros públicos? Quando começam de facto as obras? Para quando está previsto o fim das obras? Quem as paga? Dinheiros públicos ou dinheiro de mecenas?", quis saber o líder da bancada parlamentar do PSD.
"O que é essencial é que se resolva agora o que durante 10 anos esteve por resolver", respondeu António Costa que diz não entender o critário da oposição ao atacar o Governo por "investir em vez de aguardar por uns mecenas que venham fazer as obras".
"Nós vamos fazer. Os senhores não fizeram e já não vão fazer", atacou Costa.
Para se defender, António Costa até citou Marques Mendes, defendendo que a situação em que se encontral as crianças no São João "não deve ser nem devia ser tema de conflito político, sobretudo, entre partidos que têm partilhado responsabilidades de Governo e que, portanto, partilham a responsabilidade".
Para Fernando Negrão esta é, contudo, só mais uma prova de que "os portugueses pagam muito mais impostos e os serviços que o Estado oferece aos portugueses estão cada vez mais degradados".
De resto, ficou sem resposta a pergunta feita por Negrão sobre quando começarão as obras da nova maternidade de Coimbra, que estava planeada para este ano e que não constam do Programa de Estabilidade apresentado na sexta-feira passada pelo Executivo. E foi preciso o líder parlamentar social-democrata interpelar a mesa e pedir 30 segundos do tempo do primeiro-ministro para insistir na pergunta.
António Costa cedeu o seu tempo e acabou por responder que o ministro da Saúde "amanhã irá a Coimbra discutir com a administração dos Hospitais de Coimbra o calendário".