O presidente executivo da EDP, António Mexia, voltou ontem a afirmar que a elétrica é “a principal interessada em clarificar” a questão de alegados benefícios que terão sido dados pelo antigo ministro da Economia, Manuel Pinho. “O problema que está agora a ser investigado não tem nada a ver com a EDP. Sobre esta questão, a principal interessada em clarificar o assunto é a própria EDP”, afirmou à margem do fórum “The Sustainable Energy for All”.
Esta não é a primeira vez que Mexia mostrou disponibilidade em esclarecer o assunto. A EDP enviou, em junho passado, uma carta aos deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas a manifestar a sua disponibilidade para prestar esclarecimentos sobre os contratos de compensação conhecidos por CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual).
Na altura, ao SOL, o presidente desta comissão, Hélder Amaral, garantiu que não tinha recebido essa carta, mas não se quis comprometer com possível ida ao parlamento. “Recebemos a carta a mostrar essa disponibilidade, fica registado o seu interesse, mas chamamos quando for necessária e se acharmos que é necessário”, disse, acrescentando ainda que, tanto empresas privadas como cidadãos “são convidados a ir ao parlamento se os deputados assim o entenderem”.
O que é certo é que, no verão passado, nem todos os deputados mostraram interesse em relação a esta eventual ida de Mexia ao parlamento. O deputado do Bloco de Esquerda Jorge Costa rejeitou desde o início a possibilidade de chamar o presidente da EDP e chegou a afirmar que as explicações do responsável da elétrica “estavam dadas” e que “o caso seguia na justiça”.