José Sócrates anuncia hoje que deixa de ser militante do PS num artigo de opinião no JN.
Sócrates diz que a sua decisão vem pôr fim a um "embaraço mútuo". E acusa os seus antigos camaradas de partido de lhe fazerem "uma espécie de condenação sem julgamento".
A decisão surge depois de António Costa ter ontem no Canadá admitido que, a confirmarem-se as suspeitas sobre Manuel Pinho e José Sócrates isso seria "uma desonra" para a democracia.
Antes, já Carlos César tinha dito sentir-se "envergonhado" pelos casos de Pinho e Sócrates. E João Galamba tinha admitido que o PS estava "incomodado" com as suspeitas de corrupção.
As declarações dos socialistas são uma mudança radical na atitude do PS face ao caso de Sócrates. Até agora, o partido tinha evitado comentar o processo, alegando ser importante distinguir a política da Justiça.
Mas isso mudou depois de o BE ter anunciado uma comissão de inquérito às rendas da energia na sequência das notícias do Observador que davam conta de alegados pagamentos do GES a Manuel Pinho enquanto ministro da Economia de Sócrates para favorecer a EDP.
O PS acabou por apoiar a iniciativa do BE e o discurso dos socialistas mudou.