A Caixa Geral de Depósitos (CGD) confirmou ontem que vai proceder a mais uma onda de encerramentos de agências. O banco público disse que ao todo vão ser fechadas 70 agências, a maioria a fechar até ao final do mês e, a maior parte dos encerramentos ocorrerão nos centros urbanos, com destaque para a Grande Lisboa e Grande Porto, sem avançar mais detalhes sobre os locais.
A Caixa diz ainda que os balcões a fechar “foram objeto de análise, e além da sua atividade e resultado económico, foram tidas em considerações questões como as acessibilidades a outras agências da CGD e a mobilidade da população”. A preferência por fechar balcões nas grandes cidades resulta também da constatação que a apetência pelos serviços da banca online é maior nos meios urbanos.
A instituição financeira liderada por Paulo Macedo lembrou que esta decisão vai ao encontro do Plano Estratégico negociado com as autoridades europeias em 2016 e prevê uma redução de cerca de 25% do número de agências até ao final de 2020. Recorde-se que o número de agências bancárias em Portugal se reduziu em 30% ou 1901, desde 2011, e em Espanha o recuo foi de 11649, no mesmo período. Ainda assim, segundo o banco público, apesar desta redução, Portugal continua a ser um dos países europeus com mais balcões per capita.
Para compensar os “naturais transtornos”, a Caixa vai oferecer durante um ano um cartão de débito para utilizar nas áreas automáticas e ATMs existentes em todo o território nacional e internacional.
Sindicato apreensivo Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), Rui Riso, este fecho de balcões vai representar uma “redução do negócio” da Caixa. No entanto, lembrou que este plano está “traçado há muito tempo”, mas afirmou que ainda está por se saber “o que é que se pretende da Caixa”.
“A Caixa, com muito menos agências e menos trabalhadores, necessariamente vai ter menos negócio”, afirmou Rui Riso. O responsável chamou ainda a atenção para o facto de a própria Caixa assumir que há uma redução do negócio quando afirma que tem mantido 95% dos clientes, mas “não diz qual é a fatia de negócio dos outros 5%”.
“Tudo isto provoca algumas incomodidades entre os clientes, o que é lamentável, porque com certeza fará a Caixa perder negócio e perder importância e relevância no mercado”, defendeu Rui Riso.
A Caixa tinha 587 agências em 2017, ano em que fechou 67 balcões, e no final deste este ano ficará com cerca de 515.