De acordo com a presidente do SEP, Guadalupe Simões, em declarações à Lusa, se não forem contratados mais enfermeiros, "pode ser posto em causa o regular funcionamento dos serviços", em que os enfermeiros já trabalham "sistematicamente mais 40 e 60 horas do que é o seu horário" para compensar a "carência estrutural de profissionais".
Assim, o SEP espera que a greve "seja mais uma vez uma demonstração clara que tem que haver uma inversão por parte do Ministério da Saúde e do Governo", pois "não há quem aguente isto por muito mais tempo".
Os enfermeiros que têm contrato individual de trabalho, a partir do dia 1 de julho vão voltar às 35 horas semanais de trabalho em vez das 40 atuais, algo que, de acordo com as contas do sindicaro, faz com que sejam necessários mais "1.976 enfermeiros" para compensar a redução de horas destes profissionais.
Ainda assim, a poucos dias desta mudança, ainda continuam por confirmar as contratações pedidas pelas instituições, e que já deviam estar garantidas "para que a transição pudesse acontecer com o menor ruído possível".
Além da questão das 35 horas, nota-se ainda uma falta de enfermeiros mais profunda, algo que tem a ver com "o desinvestimento e os cortes na área da saúde", e que tem, consequentemente, efeitos negativos nos salários e nas carreiras.