O Presidente da República esteve hoje de visita às áreas ardidas na zona de Monchique e Silves e ouviu queixas de populares e de um vereador da Câmara de Monchique em relação às operações de combate ao fogo. Marcelo Rebelo de Sousa apelou à compreensão e lembrou que a prioridade era proteger as populações.
À saída de um 'briefing' no posto de comando da Proteção Civil, instalado no centro da vila, Marcelo Rebelo de Sousa foi interpelado por várias pessoas, entre as quais o vereador da Câmara de Monchique com o pelouro das obras públicas e particulares.
"Houve descoordenação total. As pessoas que estavam à frente das operações nos 'briefings' não eram da terra e não conhecem o terreno. Andava tudo completamente às cegas", afirmou José Chaparro.
Um empresário, cujas propriedades e casas "arderam", queixou-se que na estrada do Alferce não viu qualquer carro dos bombeiros a ajudar ao combate e também deixou críticas à atuação dos elementos da GNR durante a evacuação das localidades.
"No geral estiveram bem, mas devia ter havido um pouco mais de bom senso na atuação junto dos populares", afirmou.
Sobre esta matéria, Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que o papel dos operacionais e da população foi "fundamental" para não haver vítimas mortais, sublinhando que a opinião pública está hoje "muito mais exigente em termos de segurança".
"Têm de compreender que, sem querer antecipar nenhum juízo, houve uma definição de uma prioridade, que foi, na medida do possível, proteger populações", afirmou, sublinhando que essa definição tem consequência, levando a "certas intervenções".
Um popular ligado à área da cortiça questionou Marcelo sobre se considera que a operação de combate ao incêndio tinha sido um "sucesso", mas o Presidente da República acabou por devolver a pergunta: "Como alguém que viveu por dentro, qual é a sua opinião?".
"A minha opinião é que não. Isto ardeu tudo, nós perdemos o concelho. Considero que foi uma derrota de toda a gente", respondeu.