Pedro Santana Lopes começou a recolher assinaturas há uma semana para o novo partido Aliança e explicou esta segunda-feira na SIC os seus objetivos: “Eu vim para ganhar a António Costa e ao PS. Se os outros não querem ganhar é lá com eles”. O recado não teve destinatário expresso, mas Rui Rio encaixou no perfil da crítica. Numa entrevista de vinte minutos, o também ex-provedor da Santa Casa voltou a defender que “a Aliança surge para ser uma alternativa. Acho um erro qualquer forma de bloco central”, declarou.
Santana Lopes não quer ser encarado como “anti-PSD”, nem autor de uma cisão interna, mas a recusa de um bloco central vai ao encontro das críticas internas do PSD, por causa da aproximação de Rui Rio ao PS. Sobre a relação com Rio, assegurou que o avisou por telefonte da carta de desfiliação, falou também com Marcelo Rebelo de Sousa e com o secretário-geral do PSD, José Silvano. “O partido é uma família e não se muda de família”, afirmou no início de agosto Marcelo Rebelo de Sousa. Santana Lopes achou “interessante” as declarações públicas do presidente.
Na entrevista, Santana insistiu que é um social-de,ocrata, personalista, liberal, que os políticos devem “bater o pé” na Europa, ao invés de enveredarem por exemplo, pelo “beija-mão a Angela Merkel”, a chanceler alemã.
Dito isto, Santana passou ao ataque sobre os comentários que tem ouvido como os de António Capucho , antigo secretário-geral do PSD. Que o acusou no SOL de ser “uma cara velha com ideias velhas”. Santana ripostou: “Se dizem que é uma cara antiga que só defende coisas velhas, porque é que se incomodam?”, insurgiu-se o também antigo líder do PSD para quem os cargos executivos são mais interessantes. Assim, ficou clarificado que quer ir a votos nas Legislativas, se tiver de ocupar um cargo de deputado ocupará, mas o “projeto não tem nada a ver com a dependência da política”. Mais, não pretende ter cartazes seus espalhados pelo o país inteiro.
Quem quiser integrar o Aliança não terá de pagar quotas para votar. O fundador do partido quer chamar os jovens que não vêem debates de política, captar votos na abstenção e defender, por exemplo, a descida da carga fiscal. “Não somos duques, nem condes, somos pessoas comuns”, sustentou, insistindo que não vai à luta a eleitoral “para um dígito”.