O anterior presidente da Câmara de Benavente, António José Ganhão, e mais quatro arguidos, começam a ser julgados em setembro por corrupção e prevaricação de titular de cargo político, crimes cometidos no âmbito de processos de licenciamento de empreendimentos.
O início do julgamento está agendado para 5 de setembro, no Tribunal de Santarém, com continuação a 12 e 14 desse mês.
Além de António José Ganhão, militante do PCP e presidente da autarquia entre 1979 e outubro de 2013, fazem ainda parte do leque de acusados Miguel Cardia, vereador no executivo entre 2005 e outubro de 2013, Daniel Ferreira, presidente da junta de freguesia de Santo Estêvão de 2005 a 2009 (eleito pelo PS), Vasco Feijão, engenheiro civil na Divisão Municipal de Obras Particulares, Planeamento Urbanístico e Desenvolvimento, e Tiago Gallego, empresário do ramo imobiliário.
Entre outros episódios, a acusão do Ministério Público, a que a Lusa teve acesso, refere que Tiago Gallego entregou, em 2009, a Daniel Ferreira dois cheques de 25 mil euros cada e, no ano seguinte, uma viatura de cerca de 20 mil euros e mais mil euros, “tudo para que exercesse a sua influência” sobre os dois ex-autarcas, António José Ganhão e Miguel Cardia, e o técnico do município, Vasco Feijião.
Os arguidos pediram a abertura de instrução (uma fase facultativa que tem como objetivo decidir se processo vai a julgamento). Contudo, a juíza Magda Teixeira, do Tribunal de Instrução Criminal de Santarém, pronunciou (ou seja, decidiu levar a julgamento) os cinco suspeitos nos termos da acusação do Ministério Público.