O conselho nacional do PSD, que se realizou nas Caldas da Rainha esta quarta-feira à noite, foi um teste à liderança do PSD e à capacidade de oposição interna dos críticos da sua estratégia. À entrada para a reunião, Rui Rio fez avisos à navegação, sem problemas em enfrentar quem o contesta. "Estou cheiinho de medo", disse aos jornalistas.
No encontro à porta fechada, a primeira voz crítica foi a da histórica militante Vírgina Estorninho. Começou por dizer que Rio é "um general sem tropas" e recordou o resultado de Santana Lopes, adversário de Rio nas diretas. " Foram 46 por cento a discordar de si, hoje são muito mais", atirou a conselheira nacional. Mas se a intervenção de Vírgina Estorninho abriu as hostilidades, Hugo Soares, ex-líder parlamentar e um dos ex-dirigentes mais próximos de Luís Montenegro, fez o discurso mais duro. "Não levo lições de militância de ninguém (… ) Nos últimos seis anos estive na linha da frente do combate político, a salvar o país e a combater o PS, mas nunca disse que aqueles militantes que todos os dias criticavam o governo e o PSD eram muleta do PS". Também o ex-secretário-geral do PSD, Matos Rosa defendeu que não admite que lhe ponham em causa a seriedade, segundo relatos feitos ao i por vários conselheiros. Na base desta ideia está a decisão da atual direção de rever todas as contas do passado e colocar candidatos autárquicos em tribunal.
Entre os apoiantes de Rui Rio, Rodrigo Gonçalves, ex-líder da concelhia de Lisboa, também pediu uma oposição mais forte ao líder do partido.
Os conselheiros receberam ainda uma explicação sobre o documento estratégico para a saúde que será apresentado esta quinta-feira na sede do PSD pelas 17 horas.