José Eduardo Martins criticou a relação entre o governo de António Costa e o Bloco de Esquerda, que apoia o executivo. Para o social-democrata que recentemente se demitiu da Assembleia Municipal de Lisboa, o que Costa fez com a chamada taxa Robles foi uma “machadada” no BE.
“Nenhum partido poderia perdoar a malandrice que António Costa fez ao Bloco de Esquerda com a ‘taxa Robles’. Primeiro, andou o Centeno a negociar a taxa e, depois, Costa que tem um faro enorme, aproveitou o Bloco estar na mó de baixo e deu-lhe uma machadada”, disse José Eduardo Martins numa entrevista à revista Visão.
No entanto, o ex-secretário de Estado reforça a persistência do parceiro que “aguenta tudo”. “O Bloco de Esquerda é como o tipo que se casou com a viúva rica te tem de ficar a aturá-la em casa”, reforça.
Mas não foi só a geringonça que mereceu os comentários do ex-deputado. Também Rui Rio e a nova direção do partido foram alvo de críticas. Aliás, José Eduardo Martins sempre foi assumidamente crítico do atual presidente.
“Gosto de dizer o que penso, e não me escondo. Conheço pessoas que dizem do Dr. Rio o tipo do que eu digo. Mas como ainda não perderam a esperança de ser deputados ao Parlamento Europeu ou de entrar numa listinha qualquer, fazem-no pelas costas “, disse José Eduardo Martins.
Sobre a “quezília” dentro do partido – que inclui os processos a quem gastou mais nas campanhas eleitorais ou na festa do Pontão – o ex-deputado acredita que “esta direção, e em particular o Dr. Rui Rio, gosta bastante de mostrar à rua que dá umas cotoveladas nos seus. Tenho muita dificuldade em perceber a utilidade disso, é um sinal de fraqueza”. “A quezília é como a pastilha elástica, entretém mas não alimenta”, afirma.