Tal como o SOL já havia adiantado, trata-se de três elementos da Proteção Civil, dois são quadros de uma empresa de fornecimento de energia, três funcionários de uma empresa de manutenção da Estrada Nacional 236-1 e três eram à data autarcas de municípios onde ocorreram vítimas, havendo ainda um funcionário de um desses municípios.
Quem já reagiu à acusação do MP foi a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que considera que se trata de uma “tremenda injustiça” a acusação de três bombeiros no incêndio de Pedrógão Grande. “Quem devia estar no banco dos réus" era o Estado português, indicou à Lusa o presidente da LBP, Jaime Marta Soares.
"Não pondo em causa o poder judicial, isto é de uma tremenda injustiça. É a acusação a três bombeiros que tudo fizeram para combater aquelas ignições. Isto representa uma ofensa para todos os bombeiros portugueses e em particular para os 280 homens e mulheres que nos últimos 30 anos morreram em serviço", disse Marta Soares.
Além disso, o responsável afirmou ainda que a Liga dos Bombeiros está revoltada e que repudia mesmo a acusação feita.
No entender da LBP, trata-se de um "desrespeito para com todos os bombeiros", que "todos os dias põem em risco a própria vida a troco de nada". "A presunção de inocência está sempre em cima da mesa e estes bombeiros vão ser ilibados certamente de todas e quaisquer responsabilidades", disse Jaime Marta Soares.
Recorde-se que na acusação, o MP destaca ainda que “não obstante a sua enorme complexidade, foi possível concluir a investigação em pouco mais de um ano, tendo o Ministério Público sido coadjuvado na sua ação pela Polícia Judiciária, Diretoria do Centro, e sido ainda mobilizados importantes contributos de diversas entidades públicas”.