Os compromissos que permitiram à Web Summit continuar em Portugal

O anúncio de que a cimeira organizada por Paddy Cosgrave vai continuar em Lisboa por mais dez anos foi feito esta quarta-feira

O anúncio de que a Web Summit vai continuar em Portugal nos próximos dez anos foi feito esta quarta-feira no Altice Arena, assim como as contrapartidas que o governo e a autarquia de Lisboa assumiram para que a cimeira da tecnologia e inovação continuasse na capital portuguesa.

O anúncio oficialde que Web Summit continua a realizar-se em Portugal foi feito esta quarta-feira, no Altice Arena e contou com a presença do fundador da cimeira, Paddy Cosgrave, pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo presidente da Câmara, Fernando Medina.

Nos próximos dez anos, o governo comprometeu-se a expandir a Feira Internacional de Lisboa (FIL), assim como o investimento anual de 11 milhões de euros, avançou o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

A nova FIL terá “quase duas vezes e meia a área atual”, anunciou Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, uma intervenção que vai ocorrer “em diversas fases, em diversos anos”. O projeto inclui a expansão do edifício da FIL para a Praça Sony, uma das zonas emblemáticas da Expo898 e que agora não está em utilização.

"Num primeiro momento vamos crescer com soluções provisórias, num segundo momento vamos crescer com soluções definitivas, e procurando incorporar aqui uma resposta que fazia falta à cidade de Lisboa, que faz falta à cidade de Lisboa, e há muitos anos vem sendo discutido, que é um novo equipamento que nos permita acolher grandes congressos", explica o autarca.

Fernando Medina não avançou com um valor para as obras de expansão, mas avançou que será utilizado o fundo criado com a Taxa Municipal Turística e com investimento privado.

"No final da edição passada era para nós claro que tínhamos uma dificuldade na nossa proposta. Não podíamos pedir à Web Summit que abdicasse do seu crescimento porque nós não tínhamos instalações, disse ainda o autarca. A continuidade da cimeira estava dependente da expansão do espaço onde se realiza o evento, uma vez que a organização considerava que a Altice Arena e a FIL estavam no limite de capacidade.

Paddy Cosgrave, responsável pela organização do evento, mostrou-se disponível para continuar a organizar a Web Summit em Lisboa depois de o governo se ter comprometido a expandir a FIL.

Para além disso, o governo comprometeu-se a investir anualmente 11 milhões de euros, sendo três milhões provenientes da Câmara Municipal. No entanto, no contrato está também presente uma “cláusula de rescisão” que, “se a Web Summit sair há uma indemnização prevista para compensar o esforço que Portugal está a fazer”.

Esforço esse que “tem como contrapartida enormes vantagens”, garantiu Caldeira Cabral estimando “mais de 300 milhões de euros” de vantagens. "Só as receitas fiscais, que no último ano foram estimadas num valor superior a 30 milhões de euros, e, com o escalar deste evento, para mais de 100 mil pessoas, podemos estar a falar de uma receita fiscal que paga várias vezes este apoio que estamos a dar", explicou o ministro.

No ano passado estiveram em Lisboa cerca de 60 mil pessoas de 170 países, 1.200 oradores, duas mil startups e 1.400 investidores. A terceira edição da Web Summit está marcada para os dias 5 a 8 de novembro, em Lisboa.