O antigo Presidente Cavaco Silva criticou o momento “irrevogável” de Paulo Portas, na altura ministro dos Negócios Estrangeiros, no seu novo livro ‘Quinta-feira e outros dias’ 2º Volume’, sobre o seu último mandato como chefe de Estado.
Cavaco acusa o antigo vice-primeiro-ministro de "infantilidade pouco patriótica" ao ter anunciado a "demissão irrevogável".
Recorde-se que Portas assumiu o cargo de número dois de Passos Coelho após ter recuado na sua decisão “irrevogável” de resignar ao cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.
O ex-chefe de Estado considerou a decisão do então líder do CDS "um completo absurdo", além de pouco fundamentada. No livro, Cavaco confirma que o anúncio da saída de Portas se deveu ao desagrado com o nome escolhido pelo governo para substituir o ministro das Finanças Vítor Gaspar. "Estava incomodado com a escolha de Maria Luís Albuquerque para ministra das Finanças, porque ela iria ser a continuação da política de Vítor Gaspar", lê-se no excerto do livro, citado pelo Correio da Manhã.
Mas Cavaco Silva vai ainda mais longe nas suas críticas a Paulo Portas, o antigo Presidente acredita que o líder do CDS queria "propositadamente destruir a credibilidade da nova titular da pasta quer no plano interno, quer no plano externo", daí ter a sua saída do governo "em cima da posse da nova ministra das Finanças, que teria lugar uma hora depois". O que para o ex-chefe de Estado é "absolutamente inaceitável!".