O Presidente da República admitiu esta segunda-feira que se pode vir a recandidatar ao cargo como “efeito colateral” da permanência da Web Summit em Portugal pró mais dez anos.
"Não dormi muito [por causa das eleições presidenciais no Brasil], como é habitual. E pensei: há alguma vantagem adicional para a minha vida de ter dez anos da Web Summit em Portugal? E eu disse: bom, há algo que pode tornar-se um efeito colateral, não necessariamente muito positivo, que é ter a responsabilidade de me candidatar novamente à Presidência", disse à margem de um encontro com representantes de start-ups.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda, no antigo Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, num tom informal que “não é bom ter este tipo de pressão sobre mim, para ver o resto dos anos [da Web Summit]. Não, não é boa ideia”.
Esta é a primeira vez que Marcelo coloca a possibilidade de uma recandidatura, reforçando que a decisão ainda está “em aberto” e acrescentando que falou “ironicamente, por não estar no pensamento”.
"São dez anos [de Web Summit]. Comecei a contar os anos, são muitos anos, a partir de hoje. E depois ironizei dizendo que, se eu fosse pensar, era bom estar em funções para ter estas reuniões e promover e ter contactos externos sobre a Web Summit, como isso também era uma pressão que tinha aspetos positivos, mas também aspetos negativos em termos de opção", explicou rematando com “logo se verá”.
O Chefe de Estado voltou a dizer que, no momento da recandidatura, é preciso analisar se é ou não “a pessoa em melhores condições para desempenhar a função naquele momento histórico”. "Portanto, temos de ver o que se passa no mundo, o que se passa na Europa, o que se passa em Portugal, quais são as alternativas, para poder dizer, em consciência: há o dever de consciência, o dever estrito de ser candidato", acrescentou.